No mundo dos telemóveis a Samsung e a Apple são lideres indiscutíveis. A LG todos os anos persegue a Samsung neste mercado. A Samsung inova e a LG poucos meses depois apresenta algo semelhante.
Este ano a história mudou, a Samsung apresentou-nos a maior remodelação do seu telemóvel topo de gama desde 2011, acabando com algumas características e inovando fortemente no design e nos materiais. A LG por outro lado, não alterou por completo a sua concepção de design. O novo LG G4 é muito semelhante ao do ano passado (LG G3), tanto no design como nas características. E consegue manter características que a Samsung deixou de ter nos seus telefones.
O G4 não é apenas um "facelift" do G3, ele trás melhorias substanciais que contribuem e muito para uma muito melhor experiência por parte do utilizador. Por não seguir os seus concorrentes, a LG poderá ter marcado aqui o seu verdadeiro marco neste competitivo mercado.
Visualmente o G4 é bastante semelhante ao G3. É feito de plástico, tem um ecrã de 5.5 polegadas, e têm os botões de power e volume na parte de trás. Uma característica de design que a LG aparentemente decidiu ser de diferenciação, e que as pessoas realmente pretendem.
Como qualquer telemóvel de 5.5 polegadas, o LG G4 não é um telefone pequeno. É visivelmente mais largo que o Galaxy S6, mas não é tão grande como iPhone 6 Plus. Mas não há fuga possível: O LG G4 é um telefone grande, e se não gosta de telemóveis grandes, provavelmente não vai gostar do LG G4.
As únicas diferenças significativas entre o design do G4 e do G3 são os cantos ligeiramente mais quadrados e uma ligeira curva, a curva não é substancial, não faz o efeito "banana" do G Flex 2, mas a mesma existe e torna o telefone mais confortável, a LG afirma ainda que esta curva faz o G4 20 por cento menos propenso a partir em caso de queda. Pessoalmente não entendo como é que se quantifica isso, mas fica a nota.
O novo ecrã do G4 é a sua grande melhoria
A única coisa que há de novo para o G4 é a traseira em pele opcional, que é de facto bastante confortável ao toque. Infelizmente a unidade que me foi fornecida para a análise tem o plástico cinza padrão, que dá uma sensação vulgar quando comparado com o HTC One M9 ou com o Galaxy S6. Parece que o telefone saiu do ano 2012 e não de 2015. No entanto há algumas vantagens, a tampa traseira remove-se facilmente (facilitando desta forma a troca da bateria) e dá para colocar um cartão Micro SD, isto são duas coisas importantes e em falta no Galaxy S6.
O design pode ser familiar e pouco inspirador, mas o ecrã do G4 sofreu uma brutal actualização. É do mesmo tamanho e da mesma resolução (5.5 polegadas, QHD, 2560x1440 - tal como o G3), mas é muito mais brilhante, a cor tem muito mais exactidão e é muito mais eficiente em termos energéticos. A LG está a utilizar um monte de marketing que não clarifica muito bem o que de facto o seu novo ecrã tem de novo. Eu quase que poderia dizer que é melhor ecrã de todos os que já vi. É brilhante, tem excelente cor (sem excessos de saturação) e é de facto um gozo, olhar para este ecrã. É tão bom como o do Galaxy S6, se não melhor, e o S6 já tem um ecrã mesmo muito bom.
Outra característica de destaque é a nova câmara, uma unidade de 16 megapixels juntamente com uma lente com uma abertura de f/ 1.8. A lente é a mais brilhante que se consegue ter num telemóvel, deixa entrar uma carrada de luz, é de facto excelente. O G4 trás ainda a mesma focagem automática já conhecida no G3, mas trás um novo sensor de "espectro de cores" logo por baixo do flash LED, o mesmo é suposto fazer as cores e o balanço de brancos mais preciso do que ou outros telefones. O G4 trás também um novo sistema de estabilização óptica de imagem, a LG afirma que o mesmo é duas vezes mais eficaz que os estabilizadores dos outros telemóveis.
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No G4 a LG colocou um processador com seis núcleos (Qualcomm Snapdragon 808), juntamente com 3Gb de RAM, estes garantem que consegue correr praticamente tudo o que quiser no G4 sem dificuldades. Tal como o S9 ou o One M9, não se sente qualquer "lag" ou "flickering" ao utilizar este telemóvel. O G4 não exibe o tipo de problemas que vimos no G Flex 2 (animações lentas e flickering), para mim, todos os telefones em 2015 já deveriam estar neste patamar.
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A bateria de 3000mAh (que dá para trocar) não teve quaisquer dificuldades em durar um dia inteiro com uso intensivo, e se não for muito exigente, provavelmente irá chegar ao segundo dia. É melhor do que o Galaxy S6, que mal dá para um dia. Mas seria interessante que o G4 também tivesse o carregamento rápido e o carregamento sem fios (algo que encontramos no S6).
O G4 corre no Android 5.1 Lollipop em conjunto com uma interface personalizada por a LG. Tal como a Samsung, a LG diz "limpo" um monte de recursos em duplicado que costumavam incluir nos seus telemóveis (há apenas um navegador web por exemplo). Mas de facto não se sente nada de muito diferente em relação ao LG G3, e continua a ter uma carrada de coisas que a maioria das pessoas provavelmente nunca irão usar. No G4 não vai obter uma experiência que chegue perto daquilo que pode obter num Nexus, e realmente, o software da LG não se pode comparar com o que a Google, HTC ou a Samsung conseguem. Uma má escolha de cores combinada com menus confusos e efeitos sonoros irritantes culminam numa primeira experiência relativamente má. É possível desligar os efeitos sonoros. E eu recomendo vivamente a quem quer manter a sua sanidade (e a de quem o rodeia) a fazê-lo.
Como não podia faltar, apresentamos abaixo os benchmarks do LG G4 face aos seus concorrentes mais directos. Antes de mais uma curta introdução ao que cado um dos testes mede. O Vellamo Metal e o Basemark OS2 testam o CPU, e neste caso o Snapdragon 808 até se porta bastante bem. O GFXBench testa o desempenho em 3D e como se pode ver abaixo, o LG desaponta. O Antutu dá um panorama geral da performance do sistema, e mais uma vez, aqui o resultado também não é estonteante.
O G4 é um telemóvel grande com um óptimo ecrã, óptima câmara e uma bateria que dura o dia todo. Não tem um design brutal e que apela à emoção (tal como o Galaxy S6 ou iPhone 6). Não é um mau telemóvel, na verdade funciona bem, mas provavelmente não o vai ver na mão de toda a gente na praia neste Verão.
A realidade é que a LG mais uma vez não consegue sair da sombra da Samsung e da Apple. E a companhia tem a noção disso mesmo. O presidente e CEO da divisão móvel Juno Cho confessou recentemente à CNET que a LG espera vender apenas 8 milhões de G4 até ao fim deste ano, muito menos do que as dezenas de milhões que a Apple vende mensalmente. Mas apesar de não poder concorrer em popularidade, é uma alternativa interessante.
O G4 é realmente para o utilizador Android obstinado, a pessoa que adora usar a câmara e ter um desempenho semelhante ao S6, mas não consegue imaginar viver com um telemóvel sem bateria removível ou slot de cartão Micro SD. O G4 é sinónimo de rapidez, grandes recursos de câmara, processador em limitações, ecrã grande. Isso é o que a maioria das pessoas quer quando pensa em Android, e o G4 dá-lhes isso.
O LG G4 obtem uma excelente pontuação de 8.1.